Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas
nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.
Clarice Lispector








13 agosto, 2011


A EXATIDÃO DOS MEUS SENTIMENTOS.

O coração bate forte, os olhos brilham, meus lábios sorriem, o dia fica mais colorido.
Há certa magia no ar, há sempre uns mistérios nas pessoas, nos homens... Na vida.
Que sentimentos nos unem? A versão de um sentimento sendo modificada por outra sensação inusitada. Era preciso passar por fases não muito propícias aos meus pensamentos.
O poeta sente dor, mas é do amor que ele se ergue. A música o faz suspirar....Meu corpo treme ao ouvir o timbre de sua voz...Macia...Exótica...Hipnótica...Respiro fundo e digito palavras, não desconexas, mas impressa ao tamanho exato dos acontecimentos.
Sorrio novamente... O tempo passa vagarosamente... O som da canção penetra e me faz ficar trêmula ao ouvi-la e pensar em você. Como se houvesse uma sintonia... A canção, eu e você... Eu, você e a canção... Você, eu e a canção... Nada mais que uma sintonia. Um triângulo indefinido e ilimitado.
Minhas mãos passeiam livremente em meu rosto absorto.  Sinto o calor do tempo e do momento... É preciso um ritual para que esse sentimento cresça... Rituais de palavras, de gestos, de carinhos..Meus   olhos se emocionam ao pensar em ritos. Lágrimas teimam em descer, mas são lágrimas de felicidade... Lágrimas de sensualidade... Lágrimas de saudades.
Se definir o que sinto agora, o tempo para só para me observar. Sou o exato dos versos sensatos. A harmonia da nossa cumplicidade existente nas parcas palavras. O inverso atônito dos acontecimentos visíveis ao universo.
Fechos os olhos... Ainda escuto a canção... Ainda sinto sua presença distante... Ainda me sinto elevada e extasiada... Ainda sinto-te tanto... Tanto... No meu recanto escondido e prometido.
Então...
Respiro profundamente... Tremulamente... Inconscientemente... Sempre...
Então...
Sorrio, sorrio, sorrio fechando os olhos suavemente.
A felicidade é impressionante, apaixonante. Nesse exato momento eu penso em você.
Distante, constante, elegante, contagiante...
E do nada morro, do nada absorvo a essência de um novo amor. Mergulho fundo nesse sentimento... Sem um par. Para te adorar. Adorar-te-ei por segundos mágicos e salpicados de energia vibrante.
Há certa disritmia afônica, há certa curiosidade estonteante e inigualável.
Há um coração que fala por mim. Há amor nos recônditos inexplicáveis..Uma existência entre duas pessoas...Uma simples e monótona variedades de sentimentos.
Soraia... 

18 junho, 2011

Gira, gira - O mundo

GIRA, GIRA - O MUNDO.



Os dias passam, vento vai, pessoas correm para um lado.
O mundo gira, gira, gira... O tempo escorre entre os dedos.
As nuvens voam de encontro à luz refletindo cores celestiais.
A cidade se calada diante do brilho das águas claras do rio negro.

As folhas rodopiam com sons suaves de um violino solo
Calçadas sustentam caminhadas sem rumos certos.
O mundo gira, gira, gira novamente para o nada.
Meus olhos se fecham ao sentir a harmonia do vento.

A saudade invade meus pensamentos contraditórios.
Amar as belas coisas da natureza em uma sintonia difusa.
Beleza escura, rostos diferentes, o centro do universo
E o mundo gira, gira, gira ao meu favor! Como uma dança.

Passos em sincronia com as músicas – toque de um clarim
E o mundo! Gira, gira com o mundo. Gira giramundo.
Coreografadas por gestos quase humanos. Quase perfeitos.
Como um teatro, um solista e uma partitura madrigal.

Um barítono canta no meio do nada – em silêncio.
Acordes amplificados dão um ar de grandeza ao vento.
Então gira mundo, gira igual a um peão... Gira veloz.
A acústica leve encanta os refletores criando asas.

Ensaios líricos e eruditos fazem um carrilhão de emoções.
Um cantor no meio da multidão ecoa uma canção de efeitos.
Equalizo meu som juntamente com a flauta transversal.
Eu giro o mundo! Giro lentamente o mundo... O mundo.

O mundo...

Soraia