Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas
nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.
Clarice Lispector








18 junho, 2011

Gira, gira - O mundo

GIRA, GIRA - O MUNDO.



Os dias passam, vento vai, pessoas correm para um lado.
O mundo gira, gira, gira... O tempo escorre entre os dedos.
As nuvens voam de encontro à luz refletindo cores celestiais.
A cidade se calada diante do brilho das águas claras do rio negro.

As folhas rodopiam com sons suaves de um violino solo
Calçadas sustentam caminhadas sem rumos certos.
O mundo gira, gira, gira novamente para o nada.
Meus olhos se fecham ao sentir a harmonia do vento.

A saudade invade meus pensamentos contraditórios.
Amar as belas coisas da natureza em uma sintonia difusa.
Beleza escura, rostos diferentes, o centro do universo
E o mundo gira, gira, gira ao meu favor! Como uma dança.

Passos em sincronia com as músicas – toque de um clarim
E o mundo! Gira, gira com o mundo. Gira giramundo.
Coreografadas por gestos quase humanos. Quase perfeitos.
Como um teatro, um solista e uma partitura madrigal.

Um barítono canta no meio do nada – em silêncio.
Acordes amplificados dão um ar de grandeza ao vento.
Então gira mundo, gira igual a um peão... Gira veloz.
A acústica leve encanta os refletores criando asas.

Ensaios líricos e eruditos fazem um carrilhão de emoções.
Um cantor no meio da multidão ecoa uma canção de efeitos.
Equalizo meu som juntamente com a flauta transversal.
Eu giro o mundo! Giro lentamente o mundo... O mundo.

O mundo...

Soraia 

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