Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas
nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.
Clarice Lispector








13 outubro, 2012


                               CAMINHOS DESENCONTRADOS


           Eu caminho pelo mundo procurando notícias.
           As pessoas caminham solitárias numa multidão.
          Meus amigos estão soltos por ai! Sem malícia.
          E eu? Eu navego por entre olhares! Afasto a solidão.

          Onde exatamente deixei você? Por que ainda estou sozinha.
          O destino quer me lembrar algo que não sei decifrar.
          Olho o espelho! Vejo uma luz de fundo! Uma andorinha.
          Meu deserto há flores! Eu cultivo as rosas só para te lembrar.

          Não sei o que fazer para o céu mudar de cor assim.
          Infinitamente eu fujo dessa noite, deixo a vida rolar.
          Não quero lembrar-me de versos tristes! Nem do querubim.
          Meus minutos estão por um fio! Rolo meus sonhos para o mar.
  
          Saio por ai, dirigindo o vento para seu rosto afagar.
         Vai coração! Vai ligeiro te encontrar! Gruda na lua.
         Persigo teus horários! Sou seu oposto! Sou o levitar.
         Uso a cadência dos meus passos! Quero ser sempre sua.

          Reaproveito tuas palavras! Faço-lhe um anexo arriscado.
          Persigo alguns versos para entoar canções surreais.
         Aborreci! Desculpe! Você me ignora! Sinto-me enquadrada.
         Perdi o freio! Perdi sua direção! A saudade é tão normal.

        Nada está no meu lugar! Escrevo no seu livro! Estou de passagem
        Rabiscos versos! Faço a mão! A caneta desliza! Meu corpo delira.
        Estou ao meio! Procuro a ponta e puxo a corda! Vejo miragem.
        Pego o trem! Qual sua estação! O que precisa? Tento ser concisa.

                                                        Soraia 

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